12/12/2011

9's fora

quem me conhece há pelo menos dois anos, sabe sobre a minha zica com anos ímpares. mas a minha memória é seletiva e eu sempre acho que esse ano ímpar foi pior que o anterior. 2011 foi um lixo e eu nunca vi tanta gente [próxima ou distante] implorar que ele termine rápido e menos doloroso do que tem sido.

se você já me leu por aqui, sabe que eu não costumo fazer balanço anual, que meus ciclos terminam e iniciam de uma forma bem pouco convencional, mas, diante de tanta coisa louca e ruim, não resisti e desobedeci à minha própria regra, porque já me peguei algumas vezes procurando saldos e me planejando pra melhorar o que puder ser melhorado em 2012.

ainda em 2010, deixei de ser estagiária, porque fiquei iludida por um emprego que parecia ter o meu perfil. em 2011, descobri que era uma fria, mas não adiantava, eu já tinha entrado o ano de plantão, trabalhando numa festa de reveillon pela qual eu dei o meu sangue e o meu suor pra realizar e nunca tive reconhecimento. fui arrogante, porque não aguentei ser chefiada por alguém que não sabia concordar sujeito com predicado e fiz uma das coisas mais sóbrias desse ano horroroso: me demiti.

em 2011, só faltou uma disciplina e a monografia pra eu me formar. e eu não me formei. em janeiro, me demiti desse emprego que me pagava bem, mas me sugava e me adoecia dia após dia. fiquei desempregada até julho (o período das férias da maioria dos meus amigos que moram fora). voltei como estagiária, coisa que já tinha me prometido que não iria me submeter. mas eu pago todos os pecados por ser tão orgulhosa e me pego desdizendo tanta coisa... eu não podia e nem queria ficar (mais) parada.

em 2011, me dediquei quase que exclusivamente à saúde da minha avó durante meses do primeiro semestre. por duas ou três vezes, larguei toda a minha vida em são luís e fui às pressas fazer uma coisa que eu sequer sabia [mal cuido de mim mesma]. por outro lado, o pai de uma das minhas grandes amigas morreu num acidente automobilístico trágico e eu não pude estar presente quando ela estava precisando de ajuda. a madrinha do meu primeiro casamento ficou sem o pai e até hoje não sei como ela conseguiu segurar a onda de tudo isso; foi só uma das minhas preocupações.

em 2011, constatei que gosto de clipping e de rádio e que dificilmente eu vou ganhar dinheiro com isso. o dinheiro que eu preciso pra conhecer os lugares que eu sonho. isso significa que, em 2012, eu vou ter que partir pro que meus pais planejaram pra mim: estudar pra concurso. todo mundo diz que eles sabem o que é melhor pros filhos, não vou querer (mais) questionar, né?

em 2011, no mês de fevereiro, eu completei 10 anos de amizade com as meninas do ensino médio, mas depois foi cada uma prum lado do brasil e eu me sinto frequentemente invadida pela sensação de que vai ficar cada vez mais difícil da gente se encontrar.

em 2011, viajei. passei o carnaval no rio de janeiro, tive dez dias maravilhosos em são paulo, vi uma das minhas bandas internacionais preferidas tocar no rock in rio, fui ver o show de um dos melhores dj's do mundo em fortaleza, fiz minha visita anual a jericoacoara. mas, quando voltei, estava tudo exatamente como eu tinha deixado. o que estava ruim, continuava ruim. o que estava sem solução, continuava sem solução.

em 2011, eu ganhei a oportunidade de notar que posso voltar a gostar de alguém, mesmo que esse alguém seja quatro anos mais novo. por outro lado, discuti e me intriguei com uma amiga de longas datas, porque ela achou que poderia me proteger do mal que esse menino me fez e porque ela não entende que nem a minha mãe consegue me proteger de qualquer sofrimento, por que ela conseguiria?

2011 levou embora a amy winehouse, uma gênia talentosa, inspiradora, apaixonada, que nunca soube o que fazer com tanta coisa boa que tinha naturalmente. e trouxe de volta o meu príncipe, um menino que ainda não entendeu que já é homem. ele me inspira e me frustra quase com a mesma intensidade. mas, como ele pretende não mais me frustrar, resolvi procurar outra inspiração. a sensação de desperdiçar o que pode ser uma grande história é indescritível. nem um escritor conseguiria. estou desolada.

minhas unhas nunca estiveram tão curtas quanto em 2011 e meu cabelo nunca esteve tão longo e tão loiro. não consegui ler sequer uma revista completa, que é meu tipo preferido de redação. livro? nenhum MESMO. arrependimentos: dois (dos GRANDES). passei muito tempo dormindo, esperando essa onda de coisas ruins passar.

e, agora, estou usando esses últimos 20 dias que me faltam para organizar tudo e resolver a minha vida em 2012. não vou brincar de desafiar que algo consiga ser pior do que 2011, tenho medo do universo aceitar o desafio e me provar o contrário. mas estou muito disposta a juntar os cacos que restaram de mim e usar todo o meu perfeccionismo pra me montar exatamente como estava. talvez melhor.

2 comentários:

Sanmya disse...

que lindo. Tudo mesmo.
e junto todos os seus trapos e cacos e se mande, minha nêgan
lov u =]

Natalia Vaz disse...

que texto lindo. que texto gostoso. que palavras sóbrias. quanta organização mental. acho que 2012 nos reserva boas surpresas.

:)