20/02/2013

sou medrosa. sempre fui. o medo é o principal responsável pela maioria dos meus defeitos, principalmente meu pessismismo. disso todo mundo sabe, não precisa ser meu terapeuta pra notar. só que hoje me dei conta de como o medo da inveja alheia me afeta e fiquei assustada. eu já notava que me acanhava, mas hoje admiti que me limito por receio das possíveis energias ruins geradas por terceiros.

nessa dinâmica, acabei assumindo (como mecanismo de defesa) de forma constante (inconscientemente) uma posição ruim. reclamo, estou sempre inconformada, mas nunca na posição de vítima; eu brinco com a minha própria desgraça, como quem se acostumou a se dar mal. quando, na verdade, eu SEI que eu tenho saúde, pais equilibrados, uma família que me apoia e me aceita [mesmo eu falando os maiores absurdos que alguém pode ouvir], amigos que me amam, confiam em mim, me procuram pra falar o que só confidenciariam pra própria sombra e que, resumindo, tudo bem que todo o resto tá uma merda, porque eu tenho isso de bom e raramente explicito e agradeço.

daí parei pra pensar que tem gente que quer estar no lugar do outro, mesmo que a vida do outro seja pior, muito pior. não existe nenhuma forma de você controlar para que o outro pense que o seu jardim é menos verde que o dele. nessa hora, comecei a achar minha postura absurda, porque eu vinha me baseando em possibilidades, não em probabilidades. por outro lado, entendo o que me deixou assim: me acho fraca e até um pouco incapaz de me blindar das expectativas alheias.

depois disso, tomei uma decisão: vou deixar que as pessoas escolham o que fazer com o que souberem da minha vida, em vez de ficar com a [falsa] ilusão de que, trancando minhas informações, eu estou protegida. a partir de agora, pretendo empregar minhas energias em um escudo e em preces para que tudo que chegar nele voltar pra onde foi originado ou se dissipar bem longe de mim.

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