sobre ditaDURAS e ditaBRANDAS ou sobre como e-mails podem salvar uma manhã.
Você é meu docinho e eu amo você.
Essa grandeza pessoal de saber colocar-se do lado do criticado, sem se ofender ou sentir-se vítima, poucos têm. Falando sério MESMO!
Eu acredito que adjetivos são, sim, bem-vindos no jornalismo. De que nos vale ser meros reprodutores? Não acho que o jornalismo tem a única intenção de informar, reproduzir os fatos, mas de revelar o que há neles de subjacente, de subtexto, suas implicações. Nossa função, enfim, é de sermos catalisadores, antenas que promovem o debate público. Nossa função é PENSAR. Pensar mais do que médicos, advogados, arquitetos... é a maior contribuição social que podemos dar, munidos de dados, de documentos históricos, de contra-pontos filosóficos... e isso tudo é muito diferente de chegar a uma verdade absoluta, mas significa trabalhar em favor dela, num papel investigativo que se propõe mais promover reflexão (para que aí, sim, cada um tire suas próprias conclusões) do que simplesmente a entregar a matéria-prima sem qualquer refinamento.
Posso dizer que o texto que você me mandou é alienado, ignorante... e vou estar exercendo esse papel. Você, discordante, tem o direito de dizer que minha opinião está sendo por demais cega, apaixonada e o que mais você quiser, mas quando não nos atacamos moralmente e quando não extrapolo a opinião exteriorizada para o âmbito pessoal, e quando você não faz o mesmo, nos mantemos na superfície da ética e do respeito mútuo. Embates se fazem com responsabilidade, assim como o bom jornalismo, que deve ser uma arena deles. Quando, ao final, discordarmos violentamente e conseguirmos olhar uma para outra e dizer: “apesar disso, sei de seu caráter e sei que você conduz suas opiniões de acordo com aquilo que julga mais ÉTICO e mais VERDADEIRO. Por isso, você merece minha admiração e meu respeito".
Ah, quando conseguirmos isso, estaremos na prática do bom jornalismo. Concordo plenamente com você quando você "questiona o que é ofender ou não ofender alguém, o que é brando ou o que é duro, de acordo com o referencial de quem está vendo uma mesma situação". e diz que "o fato de ele achar que uma realidade é branda e você achar que é dura, não faz dela errada e você certa".
Com certeza. Questionar é o primeiro exercício nosso de cada dia!
Continuo achando que a intenção da pessoa que escreveu o editorial foi, sim, ofender. E espero que você tenha entendido que pretendo levar adiante isso, numa pesquisa, justamente para me aproximar o mais possível da verdade, e justamente porque acho que, pesquisando historicamente as relações da FSP e da Ditadura, poderei chegar a formular uma contribuição importante, que acrescente dados, registros e fatos que jogarão luz a essa história toda, mas o resultado jamais será 100% isento. Você seria muito bem-vinda nessa pesquisa, mas, por favor, não estou tentando doutriná-la.
Concordo com o Ricardo Kotscho quando ele diz que jornalista, ao contrário do que a hipocrisia de muitos quer negar, também tem lado, time, partido, igreja, amigos, alma e coração. Não somos robôs da notícia. Nunca escondi o que penso e sinto. O leitor tem o direito de saber com quem está falando.
Ass.: Rafaela Marques.
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=O
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